Desireé sentou obedientemente na beira de uma chaise-longue, entrelaçando as mãos modestamente no colo, para evitar estar sempre a ajeitar a sumptuosa máscara de penas de garça que lhe fazia cocegas nas bochechas e no nariz.
"Posso ...?" Assustada, Desireé virou-se e viu um jovem com um ar cansado e de aparência elegante, trajando um casaco de damasco roxo magnífico e uma peruca branca empoada. Uma simples máscara de cetim negro acentuava os traços finos do rosto moreno.
Desireé afastou-se para a ponta do sofá, deixando-lhe o máximo de espaço possível. Ele sentou-se com um suspiro.
"Estou tão cansado: fornicação pela manhã, cópula desenfreada de tarde. Realmente, eu tenho que encontrar algum tempo para dormir." Ele levou a mão á cabeça e tirou a peruca que deixou cair sobre as almofadas entre eles, revelando por baixo uma massa de caracóis escuros despenteados que lhe davam um ar de menino rebelde. "E agora estes Bailes de Máscaras todas as noites! Eu tenho que atender Mm. d 'O em meia hora, em seguida, a nova Condessa Russa às 12h30, e eu prometi a Mou Sieur, o Conde de Villiers que iria acompanhá-lo a Paris para um pouco de estupro desinibido ..."
Desireé riu: ele era tão divertido! O rapaz olhou-a surpreendido."A menina acha isso engraçado? Eu tenho que trabalhar muito - e no duro - para manter a minha reputação, sabe. Às vezes desejo que tivesse sido menos zeloso em a conquistar, mas quando se é jovem pensa-se que ser o maior galinha da Court é quase tão prestigioso como ser o Herdeiro do Trono..."
"Oh, como eu o intendo! A Irmã Stella sempre disse que eu era fanática por galináceos! Eu amo Coc-au-Vin ! E capão assado, Frango Fricassé, canja de galinha…"
“Fricassé?" O jovem olhou fixamente para Desireé através das aberturas estreitas da sua máscara. O seu olhar atento notou a delicada pele acetinada, a boca botão-de-rosa, os finos cabelo de seda prateada a escapar do penteado sóbrio; pousou sobre o pescoço longo, e deslizando sobre a margem do modesto decote, fixou-se nos pequenos seios jovens e firmes. "Quem é a menina?"
Desireé sorriu e estendeu-lhe uma mão esbelta: "Desireé de Jouissance, ao seu serviço! Eu sou a prima de Noelle. "
O jovem ficou ainda mais surpreendido."Noelle de Jouissance? A Noelle? Eu conheço Noelle muito bem, muito bem mesmo."
"Oh, como é adorável!" Desireé sorriu alegremente: "Então, nós já somos amigos." Ela apertou sua mão com firmeza. "Acabo de chegar e estava com tanto medo... Mas são todos tão simpáticos!"
“Sim... Somos todos muito amigáveis… De onde exatamente chegou a menina?"
"De St Cyr. Do convento? Ia tomar o véu nesta Primavera, mas o Ministro do Rei ordenou-me a colocar-me sob a tutela da minha prima para esta temporada." Desireé inclinou-se para frente, os seus olhos escuros brilhando intensamente, “A minha vocação, sabe, é a Cura. Das Almas. Eu sinto isso. É um chamamento."
O jovem parecia absolutamente fascinado. "Curar almas? Há muitas almas feridas por aqui. A minha, por exemplo... Eu tenho uma dor... A menina cura pela imposição das mãos? "
"Não. Através da oração. Eu acredito no poder da oração. "
"Oh, ideia da menina de joelhos para orar é deliciosa..." O jovem lambeu os lábios finos daquela maneira perturbadora.
"Monsieur", Noelle interrompeu, esboçando uma vénia graciosa, "Peço que perdoe a minha prima, ela não tencionava desrespeita-lo. É recém-chegada na Corte! "
O jovem ergueu-se lentamente e acenou com uma mão lânguida, "Não se preocupe, minha querida Noelle, não estou nada ofendido. Na verdade a caridosa menina estava prestes a ajoelhar-se para rezar pela minha alma. Retire-se, pode voltar mais tarde …"
"Senhor, eu imploro-vos… "Noelle inclinou-se para frente e sussurrou fervorosamente ao ouvido do jovem. Ele olhou para Desireé espantado.
"Quantos anos têm, minha menina?" perguntou ele.
"Vinte, Senhor." O rapaz fitou-a, boquiaberto, incrédulo. "Vinte?" Noelle, mais uma vez sussurrou-lhe ao ouvido. "Oh muito bem, mas vai ter de me compensar, Noelle de Jouissance. E bem! "
Noelle afundou-se noutra vénia e agarrando na mão de Desireé arrastou-a da sala apressadamente. "Eu disse-lhe para não falar com ninguém e encontro-a á conversa com o sedutor mais debochado e mais perigoso da Europa!"
"Ele parecia muito agradável... E devoto." Protestou Desireé.
"Devoto? Aquele Senhor devoto é Jean, Duque de Orleãs, irmão do Rei! A menina Desireé vai sentar-se na biblioteca e de lá não sai!”"
"Posso ...?" Assustada, Desireé virou-se e viu um jovem com um ar cansado e de aparência elegante, trajando um casaco de damasco roxo magnífico e uma peruca branca empoada. Uma simples máscara de cetim negro acentuava os traços finos do rosto moreno.
Desireé afastou-se para a ponta do sofá, deixando-lhe o máximo de espaço possível. Ele sentou-se com um suspiro.
"Estou tão cansado: fornicação pela manhã, cópula desenfreada de tarde. Realmente, eu tenho que encontrar algum tempo para dormir." Ele levou a mão á cabeça e tirou a peruca que deixou cair sobre as almofadas entre eles, revelando por baixo uma massa de caracóis escuros despenteados que lhe davam um ar de menino rebelde. "E agora estes Bailes de Máscaras todas as noites! Eu tenho que atender Mm. d 'O em meia hora, em seguida, a nova Condessa Russa às 12h30, e eu prometi a Mou Sieur, o Conde de Villiers que iria acompanhá-lo a Paris para um pouco de estupro desinibido ..."
Desireé riu: ele era tão divertido! O rapaz olhou-a surpreendido."A menina acha isso engraçado? Eu tenho que trabalhar muito - e no duro - para manter a minha reputação, sabe. Às vezes desejo que tivesse sido menos zeloso em a conquistar, mas quando se é jovem pensa-se que ser o maior galinha da Court é quase tão prestigioso como ser o Herdeiro do Trono..."
"Oh, como eu o intendo! A Irmã Stella sempre disse que eu era fanática por galináceos! Eu amo Coc-au-Vin ! E capão assado, Frango Fricassé, canja de galinha…"
“Fricassé?" O jovem olhou fixamente para Desireé através das aberturas estreitas da sua máscara. O seu olhar atento notou a delicada pele acetinada, a boca botão-de-rosa, os finos cabelo de seda prateada a escapar do penteado sóbrio; pousou sobre o pescoço longo, e deslizando sobre a margem do modesto decote, fixou-se nos pequenos seios jovens e firmes. "Quem é a menina?"
Desireé sorriu e estendeu-lhe uma mão esbelta: "Desireé de Jouissance, ao seu serviço! Eu sou a prima de Noelle. "
O jovem ficou ainda mais surpreendido."Noelle de Jouissance? A Noelle? Eu conheço Noelle muito bem, muito bem mesmo."
"Oh, como é adorável!" Desireé sorriu alegremente: "Então, nós já somos amigos." Ela apertou sua mão com firmeza. "Acabo de chegar e estava com tanto medo... Mas são todos tão simpáticos!"
“Sim... Somos todos muito amigáveis… De onde exatamente chegou a menina?"
"De St Cyr. Do convento? Ia tomar o véu nesta Primavera, mas o Ministro do Rei ordenou-me a colocar-me sob a tutela da minha prima para esta temporada." Desireé inclinou-se para frente, os seus olhos escuros brilhando intensamente, “A minha vocação, sabe, é a Cura. Das Almas. Eu sinto isso. É um chamamento."
O jovem parecia absolutamente fascinado. "Curar almas? Há muitas almas feridas por aqui. A minha, por exemplo... Eu tenho uma dor... A menina cura pela imposição das mãos? "
"Não. Através da oração. Eu acredito no poder da oração. "
"Oh, ideia da menina de joelhos para orar é deliciosa..." O jovem lambeu os lábios finos daquela maneira perturbadora.
"Monsieur", Noelle interrompeu, esboçando uma vénia graciosa, "Peço que perdoe a minha prima, ela não tencionava desrespeita-lo. É recém-chegada na Corte! "
O jovem ergueu-se lentamente e acenou com uma mão lânguida, "Não se preocupe, minha querida Noelle, não estou nada ofendido. Na verdade a caridosa menina estava prestes a ajoelhar-se para rezar pela minha alma. Retire-se, pode voltar mais tarde …"
"Senhor, eu imploro-vos… "Noelle inclinou-se para frente e sussurrou fervorosamente ao ouvido do jovem. Ele olhou para Desireé espantado.
"Quantos anos têm, minha menina?" perguntou ele.
"Vinte, Senhor." O rapaz fitou-a, boquiaberto, incrédulo. "Vinte?" Noelle, mais uma vez sussurrou-lhe ao ouvido. "Oh muito bem, mas vai ter de me compensar, Noelle de Jouissance. E bem! "
Noelle afundou-se noutra vénia e agarrando na mão de Desireé arrastou-a da sala apressadamente. "Eu disse-lhe para não falar com ninguém e encontro-a á conversa com o sedutor mais debochado e mais perigoso da Europa!"
"Ele parecia muito agradável... E devoto." Protestou Desireé.
"Devoto? Aquele Senhor devoto é Jean, Duque de Orleãs, irmão do Rei! A menina Desireé vai sentar-se na biblioteca e de lá não sai!”"
DETETIVE DO DESEJO
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