FADO DA NOITE GRATA
Agradeço ao Cavalheiro
Que me enche o mealheiro
Com as moedas e os trocos
Dos ensejos dos desejos passageiros
Agradeço e obedeço
Baixo os olhos levanto a saia
Gesto parco de convite
Ao ensaio desse gesto perentorio
Agradeço e convido
Levanto o ombro em desafio
Venha um venha mais outro
Velho, novo, doce ou torpe;
Agradeço, seja bemvindo:
Feio, belo, negro, branco,
Olhos rasgados e amarelo,
Venha cliente, quere-se - é urgente.
Agradeço ao Cavalheiro
Pois a fome que me é cara
Vem da agulha que me acalma,
Enterra-se na carne, sacia a alma.
Agradeço ao Cavalheiro
Que me enche o mealheiro
Desfazendo-me no corpo,
Gestos rudes, brandos roucos.
Agradeço eu, e agradeçe ela
Mulher casta doce e pura,
Que distante como a Lua
Espera na cama vazia
O regresso desse amor.
MC
Agradeço ao Cavalheiro
Que me enche o mealheiro
Com as moedas e os trocos
Dos ensejos dos desejos passageiros
Agradeço e obedeço
Baixo os olhos levanto a saia
Gesto parco de convite
Ao ensaio desse gesto perentorio
Agradeço e convido
Levanto o ombro em desafio
Venha um venha mais outro
Velho, novo, doce ou torpe;
Agradeço, seja bemvindo:
Feio, belo, negro, branco,
Olhos rasgados e amarelo,
Venha cliente, quere-se - é urgente.
Agradeço ao Cavalheiro
Pois a fome que me é cara
Vem da agulha que me acalma,
Enterra-se na carne, sacia a alma.
Agradeço ao Cavalheiro
Que me enche o mealheiro
Desfazendo-me no corpo,
Gestos rudes, brandos roucos.
Agradeço eu, e agradeçe ela
Mulher casta doce e pura,
Que distante como a Lua
Espera na cama vazia
O regresso desse amor.
MC
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