PUNHOS DE RENDA
Punhos de renda
Para que a dor não ofenda
Coração de mulher
Levanta-lhe a mão
Atira-a para o chão
Ajoelha-se: "Perdão"
Enquanto ele grita,
Ela hesita,
Receia e agita
Asas para voar
Mas comovida
Por aquele pranto
Deixa-se enganar
Acaba por ficar
Já a mãe lhe diz
Torcendo o nariz
Ao seu lamentar:
"Minha filha acredita,
Antes essa dor maldita
Do que não ter quem te amar"
Punhos de renda
Para que a dor não ofenda
Para não marcar
Rosto tão lindo
Dadiva do Divino
Sua mulher, seu par
Ele tem desdém
Não permite quem
Os queira separar
Homem de bém
Só é alguém
Mestre do seu lar
Punhos de renda
Para que a dor não ofenda
Para não chorar
Ela não fala,
Quem consente cala,
Não pode reclamar
Punhos de renda
Flores escarlates de amor,
Salpicos de horror
A vizinha grita
"Silencio, olha a fita...
Parem de bulhar."
Punhos de renda,
Morta com uma venda
De sangue no olhar
Negro luto, tanta dor
Diz o povo sem pudor
"Quem poderia sonhar..."
Manuela Cardiga
Punhos de renda
Para que a dor não ofenda
Coração de mulher
Levanta-lhe a mão
Atira-a para o chão
Ajoelha-se: "Perdão"
Enquanto ele grita,
Ela hesita,
Receia e agita
Asas para voar
Mas comovida
Por aquele pranto
Deixa-se enganar
Acaba por ficar
Já a mãe lhe diz
Torcendo o nariz
Ao seu lamentar:
"Minha filha acredita,
Antes essa dor maldita
Do que não ter quem te amar"
Punhos de renda
Para que a dor não ofenda
Para não marcar
Rosto tão lindo
Dadiva do Divino
Sua mulher, seu par
Ele tem desdém
Não permite quem
Os queira separar
Homem de bém
Só é alguém
Mestre do seu lar
Punhos de renda
Para que a dor não ofenda
Para não chorar
Ela não fala,
Quem consente cala,
Não pode reclamar
Punhos de renda
Flores escarlates de amor,
Salpicos de horror
A vizinha grita
"Silencio, olha a fita...
Parem de bulhar."
Punhos de renda,
Morta com uma venda
De sangue no olhar
Negro luto, tanta dor
Diz o povo sem pudor
"Quem poderia sonhar..."
Manuela Cardiga
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